O que as organizações empresariais têm a aprender com o carnaval? Antes de responder "absolutamente nada" saiba que, apesar de a festa pagã estar muito mais relacionada à cultura do samba, cerveja e microfantasias, há na avenida um desfile de qualidades que toda empresa sonha despertar em seus empregados: paixão, motivação e comprometimento.
"Os integrantes de uma escola de samba estão lá como voluntários e ainda pagam pela fantasia, pelo prazer de fazer parte de um grupo, de uma comunidade. Cada integrante, desde o que trabalha para construir um carro alegórico ao folião, age por prazer, por uma motivação intrínseca. No trabalho é a mesma coisa: um dos segredos está em o funcionário descobrir o que dá prazer no trabalho", explica a sócia da consultoria Huggard Caine, Andrea Huggard-Caine.
Segundo ela, a identificação do funcionário com a companhia na qual trabalha é o primeiro passo para dar "samba" nesse relacionamento. Os foliões, explica ela, sentem orgulho em fazer parte desta ou daquela escola, identificam-se com o enredo. É o mesmo em uma empresa: "as empresas têm que criar uma identidade e saber que a personalidade da empresa é também feita por pessoas, que têm necessidade fazer parte da coletividade. Não é possível separar, como muitos pensam fazer, a vida pessoal da profissional, porque o trabalho não é uma instância isolada da vida, e exige interação."
Para Andrea, a principal forma para conquistar essa interação no ambiente de trabalho é a empresa reconhecer que não trabalha com funções, mas com pessoas que desejam participar da coletividade e serem reconhecidas. "Tem que ter algum fator para caminhar para frente, porque senão não tem sincronia com a 'bateria e as passistas'. Todo mundo tem que entender seu papel no contexto macro de uma escola de samba porque aí a escola inteira mostra seu valor na passarela e vence a disputa. Se conseguir esse espírito dentro de uma empresa, com cada um acreditando que está fazendo o máximo, com confiança também no esforço do seu colega, é o melhor dos ambientes."
Metas - A psicóloga Daniela Mendonça, gerente de negócios da Across Gestão de Carreiras, especialista em análise de potencial de funcionários para promoções e mudanças de cargo, concorda com Andrea. Ela acrescenta que a empresa precisa aprender a explorar a paixão do funcionário pelo trabalho. "Pode ser que um carnavalesco seja um desastre na logística, mas ele está extravasando seu amor pelo trabalho e pela escola à sua maneira "
Para ela, explorar a paixão do funcionário por determinada função no qual ele tenha talento, desde que haja espaço na estrutura organizacional da empresa, é a melhor forma de injetar no sangue as metas que a companhia quer conquistar. "É preciso atender a demanda organizacional, o funcionário precisa ter talento e paixão e fazer o que gosta. Paixão sem talento não resolve", afirma a mangueirense Daniele.
Dessa forma, de acordo com ela, o funcionário tem o prazer individual, que acaba extravasado para um prazer coletivo, empresarial. E o reconhecimento deve ser feito pela empresa de uma forma mais ampla dos que os famosos prêmios de fim de ano. "Há pelo menos oito valores de carreira, sobre a forma de reconhecer um funcionário. Uns sentem-se reconhecidos por aumento de salário, participação nos lucros; outros por conseguir equilíbrio entre vida pessoal e profissional, etc. É muito difícil estabelecer reconhecimento nas empresas de uma única forma, mas é importante para criar esse sentimento coletivo do trabalho."
Jurados - "A empresa aprende com o carnaval porque tem essa coisa de vestir a camisa, de sentir-se parte de uma comunidade, de buscar mudanças, dar esse 'Acorda Brasil'. É isso o que faz com que a luta prossiga, nessa concorrência insana na mão de 30 jurados", conta o carnavalesco Chico Spinosa, responsável pelo enredo da escola de samba, Vai-Vai, de São Paulo, inspirado na peça do empresário Antonio Ermírio de Moraes "Acorda Brasil". A escola do Bixiga, que já tinha outros 12 títulos, foi a campeã do carnaval paulistano deste ano, com 90 pontos. O enredo, que defende melhoria na educação para a conquista de um futuro melhor, aliás, também deve estar entre as principais metas de qualquer companhia, pois os clientes são os jurados.
"Os integrantes de uma escola de samba estão lá como voluntários e ainda pagam pela fantasia, pelo prazer de fazer parte de um grupo, de uma comunidade. Cada integrante, desde o que trabalha para construir um carro alegórico ao folião, age por prazer, por uma motivação intrínseca. No trabalho é a mesma coisa: um dos segredos está em o funcionário descobrir o que dá prazer no trabalho", explica a sócia da consultoria Huggard Caine, Andrea Huggard-Caine.
Segundo ela, a identificação do funcionário com a companhia na qual trabalha é o primeiro passo para dar "samba" nesse relacionamento. Os foliões, explica ela, sentem orgulho em fazer parte desta ou daquela escola, identificam-se com o enredo. É o mesmo em uma empresa: "as empresas têm que criar uma identidade e saber que a personalidade da empresa é também feita por pessoas, que têm necessidade fazer parte da coletividade. Não é possível separar, como muitos pensam fazer, a vida pessoal da profissional, porque o trabalho não é uma instância isolada da vida, e exige interação."
Para Andrea, a principal forma para conquistar essa interação no ambiente de trabalho é a empresa reconhecer que não trabalha com funções, mas com pessoas que desejam participar da coletividade e serem reconhecidas. "Tem que ter algum fator para caminhar para frente, porque senão não tem sincronia com a 'bateria e as passistas'. Todo mundo tem que entender seu papel no contexto macro de uma escola de samba porque aí a escola inteira mostra seu valor na passarela e vence a disputa. Se conseguir esse espírito dentro de uma empresa, com cada um acreditando que está fazendo o máximo, com confiança também no esforço do seu colega, é o melhor dos ambientes."
Metas - A psicóloga Daniela Mendonça, gerente de negócios da Across Gestão de Carreiras, especialista em análise de potencial de funcionários para promoções e mudanças de cargo, concorda com Andrea. Ela acrescenta que a empresa precisa aprender a explorar a paixão do funcionário pelo trabalho. "Pode ser que um carnavalesco seja um desastre na logística, mas ele está extravasando seu amor pelo trabalho e pela escola à sua maneira "
Para ela, explorar a paixão do funcionário por determinada função no qual ele tenha talento, desde que haja espaço na estrutura organizacional da empresa, é a melhor forma de injetar no sangue as metas que a companhia quer conquistar. "É preciso atender a demanda organizacional, o funcionário precisa ter talento e paixão e fazer o que gosta. Paixão sem talento não resolve", afirma a mangueirense Daniele.
Dessa forma, de acordo com ela, o funcionário tem o prazer individual, que acaba extravasado para um prazer coletivo, empresarial. E o reconhecimento deve ser feito pela empresa de uma forma mais ampla dos que os famosos prêmios de fim de ano. "Há pelo menos oito valores de carreira, sobre a forma de reconhecer um funcionário. Uns sentem-se reconhecidos por aumento de salário, participação nos lucros; outros por conseguir equilíbrio entre vida pessoal e profissional, etc. É muito difícil estabelecer reconhecimento nas empresas de uma única forma, mas é importante para criar esse sentimento coletivo do trabalho."
Jurados - "A empresa aprende com o carnaval porque tem essa coisa de vestir a camisa, de sentir-se parte de uma comunidade, de buscar mudanças, dar esse 'Acorda Brasil'. É isso o que faz com que a luta prossiga, nessa concorrência insana na mão de 30 jurados", conta o carnavalesco Chico Spinosa, responsável pelo enredo da escola de samba, Vai-Vai, de São Paulo, inspirado na peça do empresário Antonio Ermírio de Moraes "Acorda Brasil". A escola do Bixiga, que já tinha outros 12 títulos, foi a campeã do carnaval paulistano deste ano, com 90 pontos. O enredo, que defende melhoria na educação para a conquista de um futuro melhor, aliás, também deve estar entre as principais metas de qualquer companhia, pois os clientes são os jurados.
MARCELO DOMICIANO
Consultor de RH
(11) 7342-6122
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